Você já ouviu falar em suporte básico de vida? O termo se refere ao conjunto de técnicas utilizadas no primeiro atendimento às vítimas de parada cardiorrespiratória. São essas técnicas que estudantes da rede pública de Fortaleza, através de um projeto da Universidade Federal do Ceará, estão tendo a oportunidade de conhecer.
O projeto Suporte Básico de Vida nas Escolas leva conhecimento de primeiros socorros em situações de parada cardíaca a estudantes do ensino fundamental e médio. A ação faz parte do Curso de Medicina da UFC e realiza oficinas de Ressuscitação Cardiorrespiratória (RCP). Durante a execução das atividades, os estudantes também aprendem a utilizar equipamentos que auxiliam no salvamento da vítima, como o desfibrilador externo automático (DEA).
Segundo o Prof. Domingos Morano, coordenador do projeto, as ações surgiram da necessidade de treinamento e ensinamento para a comunidade do entorno da aplicação de técnicas de primeiros socorros, bem como do aprofundamento do contato de estudantes de Medicina com a comunidade. As ações ocorrem uma vez por mês. As escolas participantes são selecionadas pelo próprio projeto. Geralmente, o critério utilizado na escolha é a proximidade da instituição de ensino à Universidade.
A Escola de Ensino Fundamental e Médio Félix de Azevedo, localizada no bairro Rodolfo Teófilo, foi uma das participantes. No dia da ação, estudantes aprenderam como proceder em casos de emergência por meio de massagens. Primeiramente, foi ministrada uma palestra sobre parada cardiorrespiratória e engasgo. Em seguida, os alunos fizeram uma simulação do caso, aplicando as técnicas aprendidas durante a palestra.
Para Isabel, de 15 anos, aluna do primeiro ano do ensino médio, o projeto é essencial e ajuda a salvar vidas. “Achei o projeto bem eficiente, porque na maioria das escolas a gente precisa muito desses ensinamentos. Às vezes acontece e não sabemos o que fazer. O SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) sempre demora um pouco e ter uma pessoa que saiba sobre isso é ótimo. Isso salva pessoas”, afirma a estudante.
João Batista Neto, coordenador da escola, reconhece a importância desse tipo de ensinamento. “Uma coisa que aprendemos brincando, rimos bastante, mas que pode salvar uma vida. A comunidade precisa conhecer essas estratégias, mecanismos que às vezes ficam ali dentro da Universidade”, afirma. Ainda segundo o coordenador, o projeto ajuda a aproximar a comunidade e a Universidade. “Essa integração entre comunidade, escola e universidade é um crescimento. É um melhoramento para nós, escola, e vocês, academia”, enfatiza o professor.
O Suporte Básico de Vida nas Escolas também é oportunidade de aprendizagem para os bolsistas. Douglas Sales é estudante do quarto semestre de Medicina e entende a importância desse projeto na construção de sua trajetória profissional. “É importante já termos um convívio, porque na nossa profissão a gente vai lidar com gente”, salienta o estudante.
Domingos Morano, afirma que a iniciativa auxilia esses estudantes a ter uma visão mais humanizada da medicina. “É importante para que, em um futuro bem próximo, esses alunos vejam a medicina não apenas como forma de ganhar dinheiro, mas como uma profissão que está com a comunidade, lutando, ensinando, resolvendo problemas dessas pessoas, ou seja, humanizando cada vez mais o jovem médico”, reforça o coordenador.
Ely Eulle Viana, sob supervisão de Narjara Rocha
Fonte: Domingos Morano, coordenador do projeto – e-mail: biomoranologia123@gmail.com